segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Only
Noite fria a dentro e pesadelo
não acaba. Tenho contado as horas para partir e não mais pedir aos céus que me
carregue os olhos da alma, mas só por hoje eu não estou aqui para falar das
dores do presente ou das amarguras do passado, pois que minha presença seja real
e intensa. Que minhas palavras soltas no ar sejam apenas palavras e caiam na
teia fina de seus pensamentos como luvas de seda pura.
E quando as nuvens densas
deixarem os céus, os raios do teu brilho vão tomar as nossas vidas, a pureza
dissimulada das tuas ações vão florescer no jardim do meu corpo e nada estará
além de duas almas que se amam.
Os destinos se cruzam novamente e
só por hoje estou aqui para falar de amor. Amor sem rótulos, sem títulos, sem
tom, sem nome, sem culpa, o mel em calda pura e simplesmente, o amor.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Oscar Wilde - O Príncipe Feliz
“Eu poderia amá-la[3]?” disse a Andorinha, que gostava de ir direto
ao ponto, e junco curvou-se, numa pequena saudação. Então ele voou várias vezes
em torno dela, tocando a água com suas asas, provocando ondulações prateadas.
Essa era sua maneira de cortejá-la, e ele assim o fez durante todo o verão.
“Trata-se de uma fixação ridícula”, gorjearam as
outras Andorinhas; “ela não tem dinheiro algum, e além do mais, tem um monte de
parentes”.
Sim, eu sou do contra.
E não é para aparecer, é porque não me conformo, porque não aceito ser conformado. Porque não concordo com o que está acontecendo com este país, porque não gosto de fazer parte da massa inerte e ignorante da humanidade. Sou do contra porque me sinto bem em um grupo pequeno e seleto de pessoas que pensam. Pessoas que não necessariamente são melhores do que as outras, mas de pessoas que tentam ser melhores que a si mesmo.
Sou dos que dizem não quando posso justificar a negativa. Sou dos que dizem sim quando a positiva é argumentação, é discussão, respeito em discussão.
Não elogio o óbvio por mais genial que possa parecer, não admiro a atitude incrível de alimentar uma criança carente porque isso deveria ser normal e não admirável. Eu não cultuo milagres de existência ou enriquecimento, mas cultuo caráter, força de vontade e mérito próprio.
Não ouço as mesmas músicas que vocês, não canto as mesmas letras que vocês. Eu sou do gosto contra, porque enquanto houver diversidade, haverá felicidade.
Enquanto o povo não se interessar pelo significado das palavras, vão continuar amarrados em coleiras apertadas latindo funk ou qualquer outra besteira por ai. Um país que gasta milhões nas ruas e avenidas com o carnaval merece a crise que sofre, merece os políticos que têm. Um país que recrimina mães amamentando seus filhos em locais públicos, mas assiste pornografia explicita a qualquer horário do dia nas globelezas da vida merece a merda em que está e não tem o direito de reclamar. Um país que queima ônibus para protestar contra o preço dos ingressos merece o lixo em que vive. Um país que prefere gastar milhões com festas olímpicas, com cadeias e deixa de investir na infraestrutura das escolas, no salário dos professores e na remuneração psicológica dos professores.
Sintam-se no direito de odiar a quem odeia, sintam-se no direito de amar a quem ama, mas não se esqueçam que abaixar a cabeça e aceitar pode ser cômodo, mas se levantar e lutar mesmo que a vitória seja apenas o aprendizado restante na experiência de saborear o gosto amargo de uma derrota (que essa parte fique bem clara) sempre lhe fará completo, ou mais próximo de completar-se.
Joe
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Apocalipse cor de rosa.
Teu andar não cabe em um sapato
barato de borracha, teu quadril não cabe na marca do sol em tua pele, teu olhar
não cabe nos teus olhos. E até a dor de cores frias colorindo as nossas vidas pode
dar espaço ao arco-íris de sedução que salta da tua boca de encontro ao
horizonte.
É o fim, aproxima-se da vitima
destilando seu veneno com a voz dissimulada e cai por entre os dedos como
cinzas ainda quente depondo-se em seu cendrário. Tu queres a luz da lua em uma noite
plena e queres o calor da madrugada ensopando a pele. Tu queres o salivar da boca com sabor salgado, o degustar do gozo de aroma amargo.
Na saída deixa um rastro de
perfume, o peito rasgado e a porta aberta, deixa o dia do
julgamento final, o apocalipse cor de rosa.
Joe
Joe
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