quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Apocalipse cor de rosa.

Teu andar não cabe em um sapato barato de borracha, teu quadril não cabe na marca do sol em tua pele, teu olhar não cabe nos teus olhos. E até a dor de cores frias colorindo as nossas vidas pode dar espaço ao arco-íris de sedução que salta da tua boca de encontro ao horizonte.

É o fim, aproxima-se da vitima destilando seu veneno com a voz dissimulada e cai por entre os dedos como cinzas ainda quente depondo-se em seu cendrário. Tu queres a luz da lua em uma noite plena e queres o calor da madrugada ensopando a pele. Tu queres o salivar da boca com sabor salgado, o degustar do gozo de aroma amargo.

Na saída deixa um rastro de perfume, o peito rasgado e a porta aberta, deixa o dia do julgamento final, o apocalipse cor de rosa.

Joe