terça-feira, 26 de maio de 2015

Lucy - II


Então pela primeira vez consegui premeditar meus próximos atos, deixei que meu corpo agisse sozinho e meu braço passou por suas costas a abraçando, trazendo para mais perto de mim, minha outra mão lhe tocou o rosto para limpar as ultimas daquelas lágrimas insistentes.

-Confie em mim, Lucy.

Lucy postou seu rosto de frente para o meu e veio se aproximando muito lentamente com a expressão séria. Seus olhos se fechavam à medida que seu rosto se aproximava, até seus lábios tocarem os meus. Não me mexi nem hesitei.

Enquanto sua boca se abria devagar tocando a minha, mil borboletas pairavam sobre a minha cabeça e uma brisa como aquela do mar que vem lá do sul, fez com que seu cabelo tocasse meu rosto, logo eu, amante da seda mudei de paixão naquele instante. A cada segundo ficava mais difícil pensar em outra coisa que não fosse à maciez de seus lábios que calmamente conduziam nosso beijo como um maestro. Tudo isso não passou de alguns segundos que pareciam ter sido muito mais breves do que realmente foram.

Logo, o que eu esperava aconteceu. A pior coisa que pode vir depois de um beijo, o comentário.

-Adam, não devíamos ter feito isso. Você só pode estar brincando com meus sentimentos e amanhã mesmo estará atrás do seu doce sonho encantado, irá me esquecer.

Mas me mantive em nosso abraço com a postura firme.

-Se é esse péssimo conceito que tens de mim, me faça não te esquecer, me faça não querer mais ninguém.

-Não me desafie. Foi o que ela disse depois de um breve sorriso.

-Então não me julgue.

Nós saímos da desconfortável beira do telhado e nos deitamos no assoalho sujo de madeira que ainda cobria o moinho, ali ficamos olhando pro céu sem dizer nenhuma palavra por alguns minutos até que as estrelas aparecessem.

Segurando-a pela mão, eu apenas cantarolava uma canção com a voz tão baixa a ponto de sumir nos vãos que deixavam seus carinhos sobre minha palma.

Virando-me de lado, pedi que olhasse para mim e ela prontamente obedeceu como se adivinhasse o que eu faria. Sem dizer nada a beijei novamente, dessa vez com mais intensidade, recíproca. Uma vontade voraz que deixava a experiência totalmente diferente do que havia acontecido a poucos instantes. Iludi-me achando que a cada beijo descobriria uma nova Lucy, mas o engano houve porque a cada beijo uma nova Lucy me descobria.

Lucy então me puxou pelos cabelos, implorando para que eu me envolvesse de uma vez. Passei a mão pela sua barriga até alcançar sua cintura e fui subindo bem devagar para dentro de sua blusa, a mão tremulava com o medo.

Sua pele aveludada e clara como a prata que cobria a lua sobre nós, me fizeram perder o senso de direção e involuntariamente toquei seu seio. Ao contrário do que eu pensava, ela se arrepio toda e deixou escapar um breve suspiro. Não sentindo rejeição alguma, continuei a desdobrá-la. Até o momento ela agia como virgem inocente garota, somente me sentindo beijá-la acariciando seu corpo, mas algo explodiu dentro dela quando se virou por cima de mim libertando o desejo que habitava no seu interior.

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