[...] O pedaço frágil de seda caiu lentamente de seus ombros, deslisando por seu corpo, desnudando o seu desejo e por falar em desejo, como eu desejei ser aquele tecido.
Desposou teus olhos com os meus e aproximou-se devagar. A brisa fria que ansiava me ofegava o peito, mas nada mudou, afinal, era o fim de uma longa espera.
Caiu sobre meus braços com o peso de fumaça em espiral e finalmente eu fui a seda, fui de suave toque, de arrepio denso e quente. Fui de pele macia, de soluço, de suspiro, fui saliente. Fui eu o teu, a cavalgar de madruga sem me prender aos teus apelos.
E na penumbra das quatro e meia da manhã um último beijo molhado cedeu a seu destino. Daquele que seca a garganta e tira o folego. Volta a sussurrar voz do amante arrependido, toca baixo no radio de som chiado a última canção:
"Sou tua vida, sou meu eu em você".
J.
J,
ResponderExcluirPura sedução.
E quem não gosta, está morto
Adorei sua sensibilidade poética
Beijos
Profundamente lírico.
ResponderExcluirEu adoro escrever dessa forma,sem muitas rimas e tudo que nos inspira no momento.
Bjs-Carmen Lúcia